A Economia Criativa como ferramenta de transformação social: impactos, empreendedorismo negro e a importância para a redução das desigualdades

Cynthia Paixão-Foto: Aria Santana

A Economia Criativa como ferramenta de transformação social: impactos, empreendedorismo negro e a importância para a redução das desigualdades

Negócios liderados por pessoas negras geraram mais de 10 mil empregos diretos e indiretos no último ano, em Salvador. Sob liderança de Cynthia Paixão, Afrocentrados reúne mais de 100 empreendedores e artesãos, sendo um case do setor.

A economia criativa tem emergido como uma força transformadora na sociedade global, especialmente entre a população negra no Brasil. Este setor não só promove a inclusão social e econômica, mas também impulsiona a criatividade, a inovação e a valorização cultural. Segundo a UNCTAD, a economia criativa global é projetada para atingir uma valoração de $985 bilhões até 2023, representando uma oportunidade crucial para o desenvolvimento sustentável em diversos países.

O Papel da Economia Criativa

A economia criativa engloba setores que utilizam a criatividade, cultura e inovação como principais ativos econômicos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia criativa no Brasil cresceu 12% entre 2023 e 2024, movimentando aproximadamente R$ 170 bilhões. Globalmente, a economia criativa também está em ascensão, com as exportações de serviços criativos alcançando US$ 1,1 trilhão em 2020, segundo a Creative Economy Outlook 2022. Empreendedores negros representam 35% deste mercado crescente no Brasil, evidenciando a importância desse segmento para a inclusão social e econômica.

Estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2023 destacam que a economia criativa tem um impacto direto na redução da desigualdade social. Negócios liderados por negros em Salvador, por exemplo, geraram mais de 10 mil empregos diretos e indiretos no último ano, contribuindo significativamente para a economia local. Esses números demonstram como a criatividade e a cultura podem ser instrumentos poderosos para a transformação social.

Afrocentrados: um case de sucesso

Localizada no Shopping Bela Vista, em Salvador, a loja colaborativa Afrocentrados foi fundada em 2022 por Cynthia Paixão. Atualmente a loja reúne mais de 100 empreendedores(as) negros(as) e oferece uma vasta gama de produtos, desde moda e acessórios até arte e decoração. Cada peça é um testemunho da rica herança cultural e da criatividade da população negra. Segundo Cynthia Paixão, “Nossa loja é uma plataforma para que artesãos e pequenos empreendedores negros possam expor e vender seus produtos, gerando renda e fortalecendo sua identidade cultural”.

O movimento Black Money, do qual Afrocentrados faz parte, tem sido fundamental para o fortalecimento econômico da população negra no Brasil. Dados indicam que 56% da população negra brasileira está envolvida na causa, e 51% dos empreendedores negros se identificam com seus princípios. Além disso, 67% dos desempregados negros se tornam empreendedores como forma de superar o desemprego, contribuindo com 24% do PIB do país.

Além de funcionar como um mercado colaborativo, a Afrocentrados oferece workshops de empreendedorismo, marketing digital e design de produtos, capacitando seus parceiros e aumentando suas chances de sucesso. “Queremos que nossos empreendedores não apenas sobrevivam, mas prosperem”, afirma Cynthia. A loja promove a circulação de recursos dentro da comunidade negra, incentivando a compra e o apoio a negócios liderados por afrodescendentes. Este modelo de economia colaborativa fortalece a rede de negócios locais, gera empregos e fomenta o desenvolvimento econômico sustentável.

Ana Souza, uma artesã que trabalha com Afrocentrados, relata como a loja transformou sua vida. “Antes, eu lutava para vender meus produtos e sustentar minha família. Agora, tenho uma renda estável e vejo minha cultura sendo valorizada e respeitada”, conta Ana emocionada. Este testemunho evidencia o impacto positivo que a economia criativa pode ter na vida de indivíduos e comunidades inteiras.

Sob a liderança de Cynthia Paixão, a Afrocentrados Colab exemplifica como a economia criativa pode ser uma poderosa ferramenta de transformação social. Ao promover a cultura afro-brasileira e gerar renda para a população negra, a loja não só contribui para a economia local, mas também fortalece a autoestima e a identidade cultural de toda uma comunidade. A economia criativa, portanto, emerge como uma solução eficaz para a redução das desigualdades sociais e econômicas, promovendo um futuro mais justo e inclusivo para todos.

Para mais informações, entrevistas e pautas sobre Afrocentrados,

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