E a Covid? Acabou?
por Joberth Melo | Atualiza Bahia
As recomendações de extremo distanciamento, isolamento social, utilização de máscara devido ao novo Coronavírus parecem ter sido esquecidas nas últimas semanas. As eleições 2020 têm levado as pessoas a se aglomerarem em passeatas, caminhadas e carreatas de candidatos aos cargos de prefeito (a) e vereador (a) nas cidades da Bahia.
Ainda sem entender o motivo de ter permanecido as eleições este ano no Brasil mesmo com uma crise de saúde pública, se observa um desrespeito ao bem-estar da humanidade. Áreas rurais que não deveriam ser focos de encontros eleitorais devido à inacessibilidade de grandes recursos de saúde estão sendo os locais com mais registros de aglomerações e consequentemente elevando os riscos de disseminação da Covid -19.
Os candidatos em processo de campanha eleitoral devem seguir as recomendações sanitárias para não contaminar os eleitores, criando uma campanha mais virtual e pelos meios de comunicação, através do horário eleitoral. Encontros com números reduzidos, com distanciamento e utilização dos itens de segurança.
Apesar de reduções nos índices de contaminação, segundo os órgãos de saúde dos municípios, o Centro de Operações de Emergência em Saúde da Bahia (Coes) recomendou, no último sábado (10), medidas sanitárias mais restritivas em relação ao período eleitoral, a exemplo da proibição de comícios, passeatas e caminhadas, bem como o acompanhamento de pessoas a pé durante as carreatas.
O governador Rui Costa também fez a mesma recomendação. “Apesar de algumas pessoas acharem que a pandemia já foi embora, isso não é verdade. Em algumas cidades está crescendo o número de contaminados porque, infelizmente, algumas pessoas estão achando que a pandemia acabou. Quero alertar a quem está pedindo voto dos baianos e baianos, candidatos a vereadores e prefeitos para que, por favor, coloquem a saúde pública em primeiro lugar”, afirmou o governador durante inauguração na última sexta-feira (9), na cidade de Itaberaba. Um novo decreto de calamidade foi publicado no Diário Oficial do Estado.
Já se observa uma segunda onda de contaminação da Covid-19 em outros países. Itália, Reino Unido e França já estão sofrendo com o aumento da doença e limitando serviços; hospitais de campanha foram reativados para atender os pacientes acometidos com a doença. O Brasil teve uma recente melhora nos números da Covid, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que há risco de novos picos. “O fato de que a doença está desacelerando não significa que ela não vá ganhar força de novo”, afirmou o diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, em entrevista coletiva.
150 mil vidas já foram perdidas e mais de cinco milhões de pessoas se contaminaram no Brasil. A recomendação é seguir com os principais cuidados já determinados pelos órgãos de saúde para que medidas drásticas não tenham que ser tomadas novamente para frear a doença.