A tradicional guerra de espadas do São João de Senhor do Bonfim, no norte da Bahia, poderá voltar a ser realizada a partir de 2026, desde que cumpridas exigências técnicas e de segurança definidas em acordo firmado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). A medida estabelece novos parâmetros para a realização da manifestação cultural, priorizando a proteção da vida e da integridade física da população.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) prevê a implantação de um espadódromo, espaço exclusivo e isolado, ainda a ser definido pelo município. O local deverá respeitar critérios rigorosos de distanciamento de áreas sensíveis, como hospitais, escolas, residências e postos de combustíveis.
De acordo com o acordo, somente poderão ser utilizadas espadas certificadas e produzidas conforme normas técnicas do Exército Brasileiro. A Associação Cultural dos Espadeiros de Senhor do Bonfim ficará responsável por apresentar o Certificado de Registro do fabricante e submeter os artefatos a vistoria física antes da utilização.
O município também assume obrigações relacionadas à segurança do evento, como isolamento do perímetro com barreiras físicas, instalação de iluminação de emergência, definição de rotas de fuga sinalizadas e disponibilização de brigadistas, pontos de primeiros socorros e unidades de saúde em estado de prontidão. O descumprimento injustificado das cláusulas poderá resultar em multa diária de R$ 20 mil aplicada ao município ou à associação.
O acordo foi construído a partir de estudos técnicos e da atuação de um grupo de trabalho interinstitucional, com participação do Ministério Público, representantes dos poderes Executivo e Legislativo, da Polícia Militar e da Associação Cultural dos Espadeiros. Segundo o MP-BA, a proposta se baseia no gerenciamento científico de riscos, buscando conciliar a preservação da tradição cultural com as normas de segurança e o controle de produtos perigosos.
