As festas de final de ano trazem alegria, reencontros, muitas comidas típicas e um aumento expressivo nos casos de intoxicação alimentar. Para se ter uma ideia, segundo dados do Ministério da Saúde, mais de 13 mil surtos de doenças transmitidas por alimentos foram registradas em todo o país entre 2009 e 2024, sendo os meses de dezembro e janeiro aqueles com o maior número de ocorrências.
Na Bahia, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (SESAB), as doenças transmitidas por alimentos estão entre as principais causas de diarreia aguda no verão, período em que a manipulação e conservação dos alimentos se tornam mais frágeis, por causa das altas temperaturas.
Aquela sobra da ceia e que vira o almoço do dia seguinte, por exemplo, pode estar bem temperada e cheirosa, mas basta poucas horas fora da geladeira para que bactérias se multipliquem e transformem a festa em um problema de saúde.
“Deixar que o alimento esfrie em temperatura ambiente, por muito tempo, usar recipientes abertos ou inadequados, misturar alimentos crus e cozidos no mesmo recipiente, reaquecer parcialmente, sem que o alimento atinja a temperatura segura são erros ao se guardar as sobras”, alerta a professora da Afya Salvador, Cecília Araújo.
Segundo a SESAB, mais de 30% dos surtos alimentares ocorrem em residências e eventos familiares, especialmente em períodos festivos como o Natal e o Ano Novo. Logo, por mais que guardar comida seja um gesto de economia e afeto, a segurança deve ser considerada.
“O tempo limite para que os alimentos fiquem fora da geladeira é de duas horas, em temperatura ambiente. Em regiões quentes, como na Bahia, o ideal é até uma hora. Além disso, sirva sempre os pratos em porções menores, repondo conforme o necessário; use recipientes térmicos, para manter a temperatura adequada; refrigere a sobra logo depois da refeição, ainda que o costume seja deixar os alimentos sobre a mesa”, explica a especialista.
